sábado, 11 de junho de 2011

Dois homens/Um homem/Todos os homens

A inveja do poeta
A notícia correu a faculdade: o crítico Alceu de Amoroso Lima, professor do curso de Letras, ia se aposentar e, como despedida, daria uma aula aberta sobre a literatura brasileira do começo do século 20 à atualidade – estávamos na primeira metade dos anos 60.
No dia marcado, eu e outros matriculados no curso de Jornalismo – que não éramos alunos de Alceu – ocupamos uma fila de carteiras. Aula aberta e de gala, com microfone, mesa de toalha branca, vaso de flores e, nos melhores lugares, um bom número de colegas do mestre na Academia Brasileira de Letras. Me lembro de Afrânio Coutinho e Manuel Bandeira.
E Alceu caprichou: com a energia que lhe era própria, discorreu sobre os nossos melhores escritores do século, fechando a seleção com o fenômeno Guimarães Rosa. E, para terminar, fez graça: mesmo aposentado, no ano 2 mil virei aqui para falar dos nomes importantes de nossa literatura no restante dos 1900.
Risos e aplausos. Em seguida formou-se uma fila para os cumprimentos. Aconteceu de eu ficar atrás de Manuel Bandeira e, por isso, fui o único a ouvir o papo do poeta com o velho professor, em meio a um abraço emocionado:
- Eu te invejo – Bandeira sussurrou.
- Por quê? – Alceu rindo. – Só porque estarei vivo no ano 2 mil?


Elemento perigoso
Cedo, o síndico encontrou o homem em frente ao prédio, sentado sobre uma dessas malas baratas, de papelão pintado. Não deu maior importância, saiu para resolver problemas na cidade.
Voltou no meio da tarde, o homem continuava lá. Comia um pedaço de pão, provavelmente retirado da mala, aberta ao seu lado. Subiu, a mulher lhe disse que o sujeito quase não se mexera. “Talvez a gente possa ajudar ele”, sugeriu.
O síndico desceu à rua e puxou conversa com o estranho. Ele nem o olhou. Parecia longe, muito longe. A essa altura, os vizinhos formavam um grupo na entrada da garagem. O síndico juntou-se a eles.
- O que vocês acham?
O capitão reformado do apartamento 608 não refrescou:
- Ele tem todas as características de elemento perigoso, quiçá subversivo. Assim como tirou da mala aquele pedaço de pão, daqui a pouco pode tirar uma bomba e nos mandar para os ares.
Cheio de dedos, o advogado do 309 disse que a época da subversão tinha passado havia muito, lembrou que há mais de duas décadas estamos numa democracia, com o presidente, - aliás, a presidente - eleita pelo povo.
- Demais a mais – ponderou – ele já teve tempo suficiente para jogar a tal bomba... se a guardasse consigo, bem entendido.
- Bem – de novo o síndico -, o que fazemos?
As opiniões se dividiram entre chamar a polícia e a televisão. O síndico atendeu a todos – convocou a televisão e a polícia.
A turma da reportagem chegou logo, a da lei nem tanto. Técnicos, cinegrafista e repórter a postos, dois policiais se aproximaram do homem e o ergueram na marra. Ele então, bruscamente, como se um susto o tivesse acordado, desarmou um dos policiais, enfiou o revólver na boca e disparou.
Morreu em cima da mala aberta.


A Bíblia tem razão
Sem qualquer intimidade com John Lennon, autor da frase “a mulher é o negro do mundo”, a doméstica Celina Garcia me disse dias atrás que a mulher não passa de escrava do homem. “Os homens”, emendou com veemência, “são todos iguais.”
Os homens são todos iguais, bom título de livro, pensei. Unindo minha simpatia, real, pelo feminismo à necessidade de mudar de carro e de casa, e ao desejo de passar larga temporada no exterior, eu poderia escrever um livro pretensamente feminista, endereçado ao público menos exigente. Algo no gênero best seller americano, sob medida para se eternizar na lista dos mais vendidos e ser traduzido mundo afora.
Usaria pseudônimo feminino (ganharia em autenticidade) e, para mostrar quão velhas e profundas são as raízes do machismo, embrulharia minhas bobagens nas sedas da erudição. Entre outras obras, evocaria o Corão – as mulheres estão dois degraus abaixo; a Odisséia – Agamémnon diz a Ulisses, no Hades, que Clitemnestra, ao matá-lo, “lançou a infâmia sobre si e sobre as mulheres vindouras, até mesmo sobre as mais honestas”; e, fecho de ouro, a Bíblia, riquíssima em episódios antifeministas.
Brincadeira, jamais escreverei esse livro. Mas, se lembrei a Bíblia, transcrevo o versículo 24 do capítulo 25 de Provérbios: “Melhor é morar num canto de terraço do que na casa espaçosa de uma mulher briguenta.”
Aqui, as feministas radicais que me perdoem, a Bíblia tem toda razão.

63 comentários:

  1. Fecho de diamante: os três textos.

    Elemento perigoso: morar com alguém briguento.

    Leveza, aconchego,paz e tesão tornam o metro quadrado secundário.
    Baci,
    Elisa

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  2. Véu e anágua de seda

    Por que não voltar?
    Baci

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  3. Magay (sem superlativo).
    Gostei muito da segunda história pelo teu jeito de contar e da terceira pela citação bíblica. Sim, nada pior que morar com mulher briguenta, eu já vivi isso, que Deus me livre de cair de novo nessa esparrela.

    Ora ora, estou vendo que a Elisa ressuscitou. "Vou cair fora", encheu a boca e agora volta de mansinho. Eu não sou a Teresa, que vai com tudo em cima dela, mas que ela é maluquete não tenho dúvida. Vamos ver como ela vem. Gostei da anágua de seda, do véu não. O véu é parente da burca, coisa horrível.
    Palavras profundas de Igor Matoni, o penseur.

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  4. Senhor Igor,
    O que é ser maluquete?

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  5. Anágua? Que coisa mais antiga, Elisa.
    Ana Gam, ao amanhecer.

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  6. Gay: o Manuel Bandeira com inveja do Amoroso Lima e eu com inveja de você, por ter sido colega do Leminski e por ouvir conversas do Bandeira. Mas não se assuste, é uma inveja benigna.
    Beijo do Cosme.
    PS - Posso te chamar de Gay em vez de Magay ou Marco Antonio?

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  7. Claro que pode, Cosme. Não há qualquer problema. Meu sobrenome não é Gay? Então pronto.

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  8. Estive no blog há mais ou menos um mês, perguntando por que o velho jornalista continuava a escrever depois de anos de imprensa. Hoje volto com outra pergunta: o que é pior, mulher briguenta ou homem briguento? Homem pode soltar os cachorros?

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  9. Em que planeta vc vive guria, os homens acham que podem tudo, soltar os cachorros, os cavalos, os elefantes e outros bichos. Mas a situação está mudando, veja quantas mulheres já mandam no palácio do planalto. São os novos tempos.

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  10. Corajosíssimo Magay, é pra você que eu respondo a pergunta que me fizeram ontem à noite (domingo ocupado com a mulher amada, só pude ligar o computador agora): maluquete é o que a Elisa é. E estamos conversados.

    Ninguem ainda falou nada sobre o Dia dos Namorados, o que que há?

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  11. Para quem se intitula "penseur", a resposta é um lixo!

    Quanto à anágua, ela é uma homenagem ao ar retrô das belas crônicas de junho.
    Baci,
    Elisa

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  12. Bem, Igor, eu e o Leandro tivemos um ótimo Dia dos Namorados: troca de presente, almoço fora com vinho e um bom filme.
    Beijo.

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  13. Grande Cosme, parabéns pra você e o Leandro e também pra mim. Apesar do que dizem, eu sou um romântico.
    Igor Matoni revigorado deseja boa semana a todos, inclusive aos que não gostam de mim.

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  14. Dia dos Namorados
    Um homem diferente, uma mulher, um abraço forte e um longo silêncio. Sem véu.
    Baci

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  15. Por que um homem e uma mulher? Quem é diferente também comemora, Elisa, me inclua por favor.
    Beijinho.

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  16. O Cosme pegou a Elisa, o Cosme pegou a Elisa, o Cosme... Elisa, a iconoclasta, tropeçou.

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  17. Você já se incluiu,"ótimo Dia dos Namorados: troca de presente, almoço fora com vinho e um bom filme". Esqueceu? Aqui é um espaço sem rostos e o meu homem é diferente, assim como meu abraço e meu silêncio. Como "iconoclasta", abraço no meu abraço aquele que quero. E no silêncio, sem véu, são poucos os que me percebem.
    Baci,
    Sua Elisa

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  18. Igor, depois que as mulheres lutaram pra conquistar a igualdade ficou tudo muito diferente. Hoje nós disputamos os mesmos espaços, os mesmos direitos e assim acabou aquele romantismo. Ela também se lança à conquista, manda flores, telefona, convoca e perdeu um pouco a graça. Prefiro o tempo das rendas.
    Oi Cosme, vc me parece tranquilo e feliz. Esse Anônimo é de um extremo mau gosto. Ignore.

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  19. O selo Anônimo é um recurso oferecido pelo administrador do blog, mas eu sempre acho melhor a pessoa se identificar. Fica uma coisa mais limpa.

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  20. Mas o dono da "Filatélica Brava Palavra" é você. Compra, vende e avalia.
    Baci,
    Elisa

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  21. Pois eu, querida Teresa, prefiro o agora. Com a mulher entrando na arena, o homem está deixando de ser burro de carga. No tempo das rendas, nós, os machos, passávamos o diabo.
    Opinião de Igor Matoni, o feminista.

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  22. Não compro nem vendo, não sou negociante. E só avalio negativamente quando se trata de escrotidão e filhadaputice, quantas vezes já disse isso?

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  23. As palavras só adquirem sentido dentro do contexto em que estão. Portanto, você é negociante de sentidos. "Compra, vende e avalia" palavras.
    Baci, com doçura
    Elisa

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  24. Querido, estou saindo. Trabalho de dançarina num bar da Praça Mauá.
    Baci,
    Elisa

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  25. Não, Igor, não quero o homem burro de carga. Longe disso. Também não levanto a bandeira feminista. Sou feminina. Um meio termo em determinadas ocasiões seria perfeito. Rendo-me às rendas e aos babados !

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  26. Puxa, Elisa, e eu que pus na cabeça, sei lá a razão, que você era professora, professora de adolescentes, daquelas que põem pra quebrar, que subvertem o currículo, e a moçada adora.
    Mas então diga, em que bar você dança? Quem sabe uma noite dessas eu fujo aos meus hábitos de homem caseiro e apareço para te aplaudir.

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  27. Professora, interessante. Não deixo de ser. Sempre gostei de "subverter os currículos", sempre. Muitas vezes, fico quieta, observo e me faço de morta. Mas adolescente não é a minha praia. Gosto mesmo de "botar pra quebrar", você acertou. Conhece a boate Flórida? Praça Mauá nº9. Convida o povo do Brava Palavra. Vamos marcar, leva todo mundo. Depois que tirei a burca, consegui um emprego de dançarina nessa boate. Faço um número de dança do ventre junto com uma cobra. É bem bacana! Tiro o véu e jogo na platéia. Os "homens caseiros" que frequentam, às segundas normalmente, ficam loucos! Apareça. Lá tem guaraná de todos os tipos.
    Baci,
    Elisa

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  28. Pô, Elisa, você me emociona. Nove e meia da noite, em vez de estar no palco dançando - com a cobra, naturalmente -, ou, se for cedo, estar se concentrando para o show, você trabalha um comentário para a BP. Cuidado para o patrão não te repreender, ou mesmo despedir, ele deve ser um grosso que não vai gostar de te ver escrevendo quando deveria estar em pleno aquecimento com o réptil que o ajuda a encher a burra.

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  29. Já estou aquecida. Aqui,no camarim, tem laptop. Gosto de ficar lendo para relaxar. Já ensaiei a manhã toda com Akira(a cobra). A cintura está elástica. É bom escrever comentários e textos. Afinal, quando me aposentar quero ler tudo que não pude até agora. Quanto ao patrão, é gente boa, gosta de conversar comigo, contar uns "causos", tomar "garaná" até altas horas. Tenho muita paciência com ele. Era professor de Literatura Inglesa, mas desistiu. Cultíssimo. Diz que, atualmente, o que mais traz alegria para ele é o meu número. Pode?
    Fique tranquilo, escrever comentários é ótimo.
    Baci,
    Elisa e Akira

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  30. Engraçadíssimo Magay, o teu papo com a maluquete me dá acessos de riso. Não por ela, por você. Ela se acha sabida, mas é primária, idiota. O sabido é você, humorista fino.
    Igor Matoni te aplaude de pé.

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  31. Igor, o MA é um poeta fingidor. Ele fica igual a um domador no meio desse picadeiro.

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  32. Claro que sou "primária e idiota". Isso já é sabido pelas personagens que frequentam a arena. Aliás, Igor, o senhor pinçou a palavra "arena" do meu bolso. Fiquei muito contente. Por um átimo de segundo, me senti homenagiada. A respeito da anágua de seda,que te deu um certo frenesi, posso emprestar para sua mulher. Talvez crie um clima. As mulheres "primárias e idiotas" contribuem, muitas vezes, para o prazer dos "machos", tchê!
    Você precisa conhecer Akira.
    Elisa

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  33. Teresa querida, o Magay (sem superlativo) é um mestre. Sério, não falo por falar, eu ter encontrado o BP foi maravilhoso e olha que eu tenho uma vida movimentada, no trabalho e fora dele, o tédio não me pega.

    Elisa,eu exagerei, você não é primária e ediota, é só idiota e não quero que você contribua para o meu prazer, até porque deve te faltar habilitação, você funciona bem como maluquete isso sim, no resto zero.
    Igor Matoni, com toda franqueza.

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  34. ACHO QUE VC TEM RAZÃO,iGOR. ELE É UM MESTRE DO ILUSIONISMO,UM GRANDE CONDUTOR QUE NOS LEVA PRA ONDE QUER.DEVE SE DIVERTIR.
    QUANTO A ESSA MALUQUETE, BEM ... ELA NÃO É SÓ ISSO. OUTROS ADJETIVOS IMPUBLICÁVEIS CAIRIAM BEM. INFELIZMENTE O CONDUTOR NÃO IRIA PUBLICAR.

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  35. Eu, ediota, me sinto homenagiada. Isso, sim. Zero por estar contribuindo com o picadeiro.
    As homenagens ficam para outros.
    Baci,
    Elisa, a homenageada

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  36. Ainda está em tempo de se perguntar: como foi o Dia dos Namorados do Magay?

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  37. Vc não é homenageada, pobre maluquete que além de tudo não entende nada. Vc é achincalhada . Aliás, o que faz uma dançarina de boite acordada a essa hora ?

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  38. Querido,
    Você fala com as paredes, está enlouquecendo: zero de comentaristas, raivoso, grosso, se acha ídolo, mestre dos mestres."Menos, menos". Excelente revisor. E o resto? Não preciso dizer. Qanto aos meus adjetivoS, Ediota já está de bão tamanho. Mas se você tem vontade de publicar, publique. O ilusionista é você! Vamos ao circo!!!
    Baci, com doçura

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  39. O que é um dia dos namorados normal? Seja mais preciso, Magay.
    Ana Gam, de manhã.

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  40. Ana, assim como você não quer dizer qual é a tua cidade, eu não quero entrar em detalhes sobre o meu Dia dos Namorados. Direitos iguais, concorda? Além do mais, a vida afetivo-amorosa do editor deve ser preservada. Rarrarrá.

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  41. Eu cedo, eu nasci em Cachoeiro do Itapemirim. Não se sinta obrigado a detalhar o seu dia dos namorados.
    Ana Gam, já depois do meio-dia.

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  42. De vagar, gente. Que tal cada um fazer um amorzinho com o parceiro ou a parceira para se acalmar?

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  43. Grande ideia, Cosme. Chega de arestas, vamos de carinho.

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  44. Ai... meus sais ! e como acalma, Cosme. O pessoal daqui é meio barulhento, não acha ?

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  45. Cosme, você é dez. Falou a minha língua.

    Cachoeiro do Itapemirim, terra do Rei. Já ganhei muita namorada cantarolando canções do Rei. Obrigado, Roberto.

    Essa Elisa vem com as quatro patas e no final manda um beijo com doçura. Além de tudo é cínica. Só você, Magay (sem superlativo) para ter tanta paciência.
    Igor Matoni, o gaúcho que como Guevara sabe que a gente precisa endurecer sem perder a ternura.

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  46. Teresa,você deve ser uma mãezona. Aqui é tão quieto que um barulhinho me anima. Mas não precisa tanta discussão. Agora até cobra entrou na história. Dependendo da cobra, eu tenho medo. Ainda bem que ela não me alcança.
    Beijinho do seu amigo.

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  47. Por que vc diz isso, Cosme ? não sei se sou mãezona. Sei que tou precisando achar o meu caminho. Dificil é saber por onde ele passa. Uma coisa eu tenho certeza. Detesto briga, confusão, gente idiota. Daria tudo pra morar na serra.

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  48. Teresa, minha cara. Na serra também tem gente idiota. E talvez de idiotice maior que na cidade. Eu, ao contrário, sou cada vez mais urbano.

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  49. Meu querido MA. Sei que idiota existe em todo lugar, é só olhar pralgumas considerações postadas aqui. Também eu curto a vida na cidade mas o que me diz de um fim de semana na serra ? Pra escrever não tem melhor, pra ler idem e pra namorar melhor ainda. É isso o que eu quero. Paz e amor.

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  50. Paz e amor, um homem gostoso e uma casinha, a gente idealiza muito. Eu mesma, quando disse dias atrás que moro em Ipanema mas não moro no Rio, estava idealizando a minha cidade que agora vcs sabem que é Cachoeiro. Mas no fundo eu sei que se voltasse para lá não aguentaria dois meses.
    Ana Gam crepuscular.

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  51. Mas o que dá sentido à vida sem essas fantasias ? Desejar, sonhar não custa nada e tudo é possível quando a gente se propõe a fazer. Hoje meu lugar é aqui perto de quem eu gosto. Mas até quando ?

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  52. Hoje de manhã chamei o editor de Magay, esquecido que ele disse que eu posso usar Gay, que é seu sobrenome. Vou ver se não esqueço mais, Gay é mais simpático, pelo menos eu acho.

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  53. Cosme, não se acanhe, use a forma que você considera mais simpática. Se você esquecer, e eu reparar, eu te lembro. Vamos ficar à vontade.

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  54. Meu deus, este blog está bombando!!
    Também, pudera, os textos são muito bons!
    Adorei o primeiro... se visse Bandeira na minha frente, ficaria petrificada!
    Beijoca

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  55. Ultapassado, isso sim! Apenda a escrever coisas interessantes.
    http://aquarianainsatisfeita.blogspot.com/

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  56. Muito simples: não volte. Procure superar sua insatifação em outro canto.

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  57. Gosto do que você escreve.

    Anônimo que é anônimo

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  58. Magaysíssimo. Em outras palavras, você repetiu para a tal aquariana (hummmm....) o velho ditado: os insatisfeitos que se mudem. E fez muito bem.
    Gostou do Magaysíssimo?
    Igor Matoni.

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  59. Igor, não há como negar, Magaysíssimo tem sua graça. Mas você faz questão de usar superlativos no tratamento comigo? Ou usa com os amigos em geral? É uma marca tua? Se for possível, suprima; se não for, fique à vontade.

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  60. É exatamente isso, eu costumo atribuir superlativos às pessoas. Uma brincadeira que inventei anos atrás mas que não faço sempre, é claro. Se você me deixa à vontade, quando quiser eu vou brincar.
    E fiquei feliz por você ter aprovado o Magaysíssimo, cá entre nós um achado.

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